O Curso
O Bacharelado em Biotecnologia, do Centro de Ciências da Universidade Federal do Ceará foi criado em 2009, integrado ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo Decreto Nº. 6.096, de 24 de abril de 2007. O REUNI, por sua vez, foi estruturado em seis dimensões, descritas a seguir: a) Ampliação da oferta de Educação Superior Pública; b) Reestruturação Acadêmico-Curricular; c) Renovação Pedagógica da Educação Superior; d) Mobilidade Intra e Interinstitucional; e) Compromisso Social da Instituição; f) Suporte da pós-graduação ao desenvolvimento e aperfeiçoamento qualitativo dos cursos de graduação.
A Universidade Federal do Ceará, em 19 de outubro de 2007, aprovou, no Conselho Universitário (CONSUNI), a adesão desta Instituição de Ensino Superior ao Programa REUNI. Dentro desse contexto, o colegiado do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (Centro de Ciências), departamento de reconhecida competência em sua área de atuação, com um Programa de Pós-graduação em Bioquímica consolidado (Mestrado desde 1970 e Doutorado desde 1993), deliberou sobre a criação de um curso de graduação, que atendesse às diretrizes do Programa REUNI e que tivesse impacto positivo no mercado de trabalho do Estado do Ceará e da Região Nordeste como um todo. Mesmo antes do REUNI, por volta dos anos 2000, a Profa. Dra. Dirce Fernandes de Melo, que veio a ser a primeira coordenadora do Bacharelado em Biotecnologia da UFC, já defendia a ideia de criação de um curso de graduação em Biotecnologia, por ser uma área considerada estratégica para o desenvolvimento do país e por ser a Biotecnologia fundamentada na Bioquímica e Biologia Molecular, expertises do corpo docente do Departamento em questão.
A decisão pela criação do Bacharelado em Biotecnologia na UFC foi pautada por ampla discussão entre os docentes e gestores da universidade e contou com a consultoria de profissionais com vasta experiência educacional na área, a exemplo da Profa. Elena Graciela Orellano da Universidade Nacional de Rosário, primeira universidade da Argentina a ter um curso de graduação em Biotecnologia. Vale ressaltar que no Brasil, na época, os poucos cursos que existiam na área, concentravam-se na região Sul e Sudeste, a exemplo dos cursos da Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal de Alfenas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal de São Carlos (Campus de Araras), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Universidade Federal de Pelotas. Apesar de, na época, existirem poucos cursos de graduação em Biotecnologia no Brasil, vários programas de pós-graduação atuando na área já eram bem estabelecidos. Dentre os programas de pós-graduação no setor é importante destacar o doutorado da RENORBIO (Rede Nordeste de Biotecnologia), criado por meio da Portaria MCT nº 598 de 6 de novembro de 2004, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento da região Nordeste, por meio da formação de recursos humanos em Biotecnologia, atuando no desenvolvimento científico e tecnológico e produzindo impacto socioeconômico na região. A criação da RENORBIO, por si só, já é um referencial da importância do setor biotecnológico para o desenvolvimento da região Nordeste. O curso de Biotecnologia da UFC, uma vez criado, passaria a ser um dos primeiros cursos de graduação em Biotecnologia da região Norte-Nordeste.
Tendo em vista a importância do setor agrícola para o Estado do Ceará e a vasta experiência de pesquisa do corpo docente do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC na área vegetal, o curso de Bacharelado em Biotecnologia da UFC foi criado com ênfase na área de Biologia Molecular Vegetal, mas proporcionando, ao mesmo tempo, uma formação generalista. O curso foi criado com uma duração mínima de 4 anos e máxima de 6 anos, onde a matriz curricular foi estruturada, na primeira versão do PPC, em três ciclos: o Ciclo Básico (1º. ao 3º. Semestre), o Ciclo Intermediário (4º. ao 6º Semestre) e o Ciclo de Formação do Bacharel (7º e 8º. Semestres). Ao cursar as disciplinas do ciclo básico o aluno deveria adquirir uma sólida base nos conhecimentos matemáticos, físicos, químicos, biológicos e computacionais. Já no Ciclo Intermediário as disciplinas trariam o conhecimento aprofundado em Biotecnologia, voltado para o desenvolvimento de tecnologias e aperfeiçoamento de processos biológicos, a exemplo de disciplinas como Engenharia Metabólica, Bioprocessos, Bioinformática, Empreendedorismo em Biotecnologia e Projetos e Patentes. No ciclo de formação do bacharel, além da realização obrigatória de Estágios Supervisionados I e II e Monografia, o estudante cursaria disciplinas optativas voltadas para o aprofundamento na área biotecnológica, inclusive na área de Biotecnologia Vegetal.